Associação da Feira Hippie e prefeitura divergem sobre cobrança de taxa para uso de banheiros
Presidente diz que cobrança é para manter a limpeza e higiene do local; Diogo Franco contesta taxa e aponta "ilegalidade".

A Associação de Feirantes da Feira Hippie e o secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa de Goiânia, Diogo Franco, travam uma discussão sobre a utilização dos banheiros na Feira Hippie, realizada semanalmente na Praça do Trabalhador, região central de cidade.
O titular da pasta alega que a Associação não tem o direito de realizar a cobrança e tampouco a prefeitura de Goiânia autoriza a medida. A taxa é de R$ 2 para o consumidor comum, para usar o banheiro uma única vez, e de R$ 20 mensais por feirante, valor que dá direito a quatro pessoas utilizarem as instalações.
Já presidente da associação, Waldivino da Silva, o Divininho, lembra ao Mais Goiás que a taxa de dois reais é cobrada de forma facultativa há quase 24 anos, em razão de um acordo estabelecido com todos os feirantes. Os recursos auferidos a partir da cobrança destinam-se à manutenção e higiene do local.
“Recebemos gente do Brasil inteiro. É um desafio fazer a limpeza do local e os custos são destinados à gestão do espaço. Assumimos esse serviço há mais de 20 anos, que antes era feito pela Prefeitura de Goiânia. Na época, era um caos total”, avalia Divininho ao Mais Goiás. “Desde então, somos sempre elogiados pela higiene. Tem gente que quer pagar até mais”, pontua.
Ele explica que o pagamento é facultativo e que idosos com 60 anos ou mais, moradores de rua e dependentes químicos têm acesso gratuito. “Paga quem quer. A cobrança não é obrigatória, embora a gente lembre que a taxa é para custear a estrutura. Também entendemos a situação de vulnerabilidade que pessoas em situação de rua vivem e permitimos que eles utilizem os banheiros”, destaca. “A Prefeitura não dá conta de fazer a gestão do local”, sentencia.
“Absolutamente ilegal”
Já Diogo destaca que a cobrança é irregular e contesta as argumentações de Divininho. “Todo o ato público tem de haver autorização e embasamento legal. Isso é absolutamente ilícito e ilegal. Não apoiamos”, destaca. “A Feira foi inaugurada na semana passada, como ele tem autorização há 24 anos?”, indagou em entrevista ao Mais Goiás.
Questionado se trata-se de uma prática pacificada entre as administrações anteriores, Diogo refuta. “Não respondemos por gestões antigas. Se faziam errado antes, precisa ser corrigido e coibido”, salientou. “O presidente deve saber aquilo que é legal ou ilegal. Não compete a nós ficar dizendo a ele o que é legal ou ilegal”, respondeu ao ser perguntado se já havia um diálogo para resolver o assunto.
De acordo com Franco, o caso só chegou até ele porque diversos comerciantes foram até o secretário criticar a medida. “O que a gente faz é verificar a ilegalidade e arbitrariedade. Feirantes vieram me reclamar e dizer que só podem usar quem tem a carteirinha da Associação. Uma cobrança dessas é incongruente e desnecessária com o espírito da feira”, pontua.
Com informações Mais Goiás.
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