Casos de metanol derrubam vendas de bebidas em SP; em Goiânia, setor não identifica mudanças
Para o Sindibares, crise evidencia problema da informalidade no setor
 
            As notícias sobre casos de intoxicação por metanol já começam a impactar o mercado de bebidas alcoólicas no Brasil. Em São Paulo, epicentro das ocorrências, uma pesquisa de mercado apontou uma queda brusca no consumo na última semana, com quedas de até 45% em relação ao ano passado. Em Goiânia, o setor de bares e restaurantes afirma que não registrou diminuição nas vendas, apenas alguns relatos de migração do consumo de destilados para cerveja.
Segundo matéria publicada pela Folha de S. Paulo, dados da empresa Varejo 360, que monitora notas fiscais de 33,7 mil consumidores em São Paulo, mostram um recuo acentuado. Na quinta-feira (25/09), as vendas gerais de bebidas alcoólicas caíram mais de 35% em comparação com a mesma data em 2024. A vodca, bebida diretamente associada aos casos, sofreu o maior impacto, com quedas de 45% na sexta-feira (26/09) e 43% no sábado (27/09).
Em Goiânia, no entanto, a percepção é diferente. Newton Emerson Pereira, presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes (SindiBares Goiânia), afirma que o impacto foi outro. “Uma enquete que fizemos em nossos grupos, com 890 proprietários, mostrou que não teve queda no consumo. Surgiram apenas alguns relatos de migração de bebidas destiladas para a cerveja”, explica. Para ele, a reação em São Paulo é compreensível. “É o epicentro dos problemas. Aqui, vamos continuar com as boas práticas e pedir à população que continue privilegiando estabelecimentos legais”, afirma.
Para Newton, a crise de saúde pública evidencia um problema antigo do setor: a informalidade. “O grande ponto é combater os estabelecimentos ilegais. Temos que combater a informalidade porque ali é o grande canal para os produtos adulterados”, defende.
Como medida preventiva, o SindiBares tem intensificado a comunicação com seus associados. “Trabalhamos no sentido de informar e passar nossa técnica de prevenção: na aquisição do produto, no recebimento e no descarte. É muito importante quebrar as garrafas antes de descartá-las, assim o adulterador não tem como reaproveitar a embalagem para colocar o produto falsificado”, orienta.
O presidente busca tranquilizar o consumidor goianiense, garantindo a segurança da cadeia de suprimentos local. “Em Goiânia nós temos uma tranquilidade grande porque os distribuidores, as marcas de cerveja, vêm direto da fábrica. Isso impede de passar em atravessador”, destaca.
 
                        


 Redator
                                    Redator                                 
                 
                 
                 
                 
                 
                 
                 
         
         
         
                                    
                                 
         
         
         
        



Comentários do Facebook