60% dos motoristas por aplicativo rejeitam vínculo CLT, diz pesquisa

Maior parte da categoria não vê vantagem em um contrato celetista.

60% dos motoristas por aplicativo rejeitam vínculo CLT, diz pesquisa
Foto: FreePik

Uma pesquisa recente revela que 60% dos motoristas por aplicativo rejeitam vínculo CLT, preferindo manter a flexibilidade e a autonomia que o trabalho nas plataformas oferece. O levantamento, realizado pelo Datafolha, mostra que a maior parte da categoria não vê vantagem em um contrato celetista, reforçando a preferência pelo modelo atual de atuação, sem carteira assinada e com liberdade para escolher horários e rotas.

O estudo, que ouviu 1.800 motoristas ativos entre maio e agosto deste ano, aponta que 66% dos condutores consideram o modelo de trabalho formal inadequado para suas necessidades. Apenas 25% aceitariam a contratação pelo regime da CLT, enquanto 14% não souberam opinar.

Segundo a pesquisa, quando questionados sobre a possibilidade de receber o mesmo valor líquido com carteira assinada, 54% afirmaram que não mudariam de regime, demonstrando que a autonomia continua sendo prioridade para a categoria. Para muitos motoristas, o ponto mais relevante de uma eventual regulamentação seria apoio do governo na troca de veículos, e não a formalização do vínculo trabalhista.

perfil dos motoristas mostra que 90% são chefes de família, 58% têm ensino médio completo, e 72% desejam seguir atuando nos aplicativos. Além disso, 60% trabalham até 20 horas por semana on-line, 74% utilizam mais de um app e 58% possuem outra fonte de renda. Entre os principais motivos para atuar na categoria, estão: aumento do custo de vida (87%), flexibilidade e autonomia (84%), ganho extra para projetos pessoais (80%) e complementar renda insuficiente (79%).

A pesquisa também aponta que 60% dos motoristas por aplicativo contribuem para o INSS ou têm planos privados de previdência, sendo que 33% possuem cobertura por emprego formal, 18% como autônomos e 9% apenas por previdência privada. Entre os que não contribuem, os motivos incluem custo da contribuição (32%), incompatibilidade financeira (23%) e burocracia (17%).

O levantamento do Datafolha se soma a outros indicadores de mercado, mostrando que a ocupação por aplicativos segue em crescimento e continua sendo fonte principal de renda para grande parte dos condutores.cf.